Como os stakeholders do downstream de hidrocarbonetos no Peru enxergam o mercado

O mercado de downstream de hidrocarbonetos do Peru, assim como outros segmentos de energia no país, está sujeito a uma estrutura operacional e estrutural que nem sempre é a mais eficiente, principalmente no âmbito regulatório.

Para esclarecer esses obstáculos, a BNamericas fornece um resumo das conclusões de um painel em um evento de energia neste mês que contou com a presença de três executivos da área de downstream.

Tratamento igualitário

"Um ponto importante para que o mercado seja competitivo e sustentável no futuro é a justiça na concorrência, a justiça regulatória, a justiça de oportunidades entre os atores e que não haja diferenças entre produtores e importadores privados e estatais", disse Natalia Bustos, diretora de logística e refino comercial da Repsol Peru.

Bustos destacou o que ela argumenta serem deficiências do fundo de estabilização de preços de combustíveis, como a metodologia de cálculo que, segundo ela, não é correta e gera discrepâncias na forma como a metodologia é aplicada entre importadores e produtores.

No entanto, ela depositou esperanças na criação de uma agência de combustíveis para resolver a questão dos estoques de combustível, principalmente para garantir o fornecimento durante emergências nacionais.

Infraestrutura

Nicholas Franceschini, chefe da Valero Peru, que importa combustíveis, ecoou a opinião de Bustos, afirmando que "nem tudo é eficiente e nem tudo é perfeito", apontando a falta de infraestrutura, como terminais, oleodutos e transporte por trem.

No entanto, segundo ele, o trabalho está sendo feito, como a inauguração, pela Valero, no ano passado, de um terminal de armazenamento em Paita, o segundo da empresa no país, depois de Callao.

Outra questão para Franceschini é a necessidade de eficiência operacional e como a Valero conseguiu reduzir o tempo de espera dos caminhões-tanque em seus terminais de 15 a 20 horas para 15 a 20 minutos, trabalhando aos domingos.

Licenciamento

"Temos barreiras burocráticas no nível de licenças que impedem que a expansão comercial tenha a velocidade necessária para o crescimento do mercado", disse Hugo Calderón, gerente de operações diretas da distribuidora de combustíveis Primax.

"O mercado de combustíveis vem crescendo ano após ano. Temos acompanhado esse crescimento do mercado, mas encontramos muitos obstáculos", acrescentou.

Poderíamos ter investido ainda mais nos postos de combustível e em nossos parceiros. No entanto, enfrentamos dificuldades significativas com a demora dos órgãos estaduais para emitir licenças e certificações.

Ele acrescentou que a autorização pode levar até 18 meses.