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Vale emite título de R$ 6 bi em meio à incerteza sobre novas ferrovias

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Vale emite título de R$ 6 bi em meio à incerteza sobre novas ferrovias
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A Vale anunciou planos de levantar R$ 6 bilhões (US$ 1,05 bilhão) por meio de uma emissão de debêntures para apoiar seus projetos ferroviários.

A medida ocorre em um momento em que projetos ferroviários de carga no Brasil enfrentam uma série de desafios que têm dificultado seu progresso.

Segundo a mineradora, as debêntures serão emitidas em três séries, conforme as regras estabelecidas pelo Ministério dos Transportes. A empresa não especificou para quais projetos os recursos serão destinados.

No Brasil, há dois tipos de debêntures disponíveis para financiamento de infraestrutura: debêntures de infraestrutura e debêntures incentivadas. Estes instrumentos oferecem isenções fiscais para as empresas emissoras e, em alguns casos, também para os investidores. Devido aos incentivos, exigem aprovação prévia do ministério responsável pelos projetos, ou seja, o Ministério dos Transportes é responsável por aqueles emitidos para projetos rodoviários e ferroviários.

A Vale, uma das maiores operadoras ferroviárias do Brasil por meio de contratos de concessão, opera a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a Estrada de Ferro Carajás (EFC). A empresa também detém participações na VLI Multimodal, que opera a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e o trecho norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), e na MRS Logística, responsável pelo transporte de minério de ferro.

A iniciativa de captação de recursos da Vale ocorre em um momento de crescente incerteza no setor ferroviário. As negociações para a venda da mineradora brasileira de minério de ferro Bahia Mineração (Bamin), controlada pelo cazaque ERG, estão paralisadas. Esse impasse ameaça o futuro de um grande projeto ferroviário vinculado às operações da Bamin.

As negociações com um consórcio formado por Vale, Cedro Mineração e BNDES esfriaram nas últimas semanas. De acordo com um executivo envolvido nas discussões, a Vale – que deverá adquirir cerca de 70% da Bamin – estava insatisfeita com o retorno projetado sobre o investimento, citando a queda dos preços do minério de ferro, impulsionada por sinais de fraqueza econômica na China, principal cliente de minério de ferro do Brasil.

A conclusão da venda é considerada essencial para o avanço dos planos de desenvolvimento da Bamin. Estes incluem uma mina de minério de ferro na Bahia, com projeção de produção de 26 Mt/a (milhões de toneladas por ano), a conclusão de um trecho de 537 km da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a construção do Porto Sul. Segundo o executivo, os projetos da Bamin – principalmente a ferrovia – exigem mais de US$ 5 bilhões em investimentos de capital.

Além disso, o governo brasileiro busca empresas estrangeiras para integrar o consórcio. Uma fonte governamental disse à BNamericas que uma das partes interessadas é a britânica Brazil Iron, com apoio de investidores europeus, que detém ativos de minério de ferro perto da Bamin.

Outras iniciativas ferroviárias de carga também enfrentam obstáculos. Desde o final do ano passado, o governo federal vem trabalhando em um plano abrangente para o transporte ferroviário de carga e prometeu apresentar um pacote de projetos unificado. No entanto, o plano permanece incompleto.

No início deste mês, o ministro dos Transportes, Renan Filho, fez uma apresentação para investidores em Nova York, promovendo o potencial do setor ferroviário de carga local. Ele enfatizou que a região Sudeste lidera os investimentos projetados, com R$ 46,9 bilhões previstos, seguida pelas regiões Nordeste (R$ 33,1 bi), Norte (R$ 30 bi) e Oeste (R$ 28,6 bi).

Analistas e investidores consultados pela BNamericas apontam para um dos maiores obstáculos do setor: projetos ferroviários de carga exigem altos investimentos desde o início, enquanto o fluxo de caixa normalmente só se materializa após a conclusão. Isto limita o grupo de investidores dispostos a assumir tais riscos.

Para resolver esse problema, o governo está trabalhando em modelos contratuais que cobririam os desembolsos iniciais, reduzindo assim a exposição do setor privado. No entanto, essa abordagem enfrenta complicações devido às atuais restrições fiscais do governo federal.

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