Por que a geração distribuída está estimulando o crescimento da transmissão na América Latina

A geração distribuída (GD) será uma amiga e não uma inimiga nos esforços para expandir as redes de transmissão de energia na América Latina e no Caribe, disse à BNamericas o CEO da ISA InterColombia, Carlos Caro.

Antes vista como um passo em direção à descentralização das redes elétricas, a GD surgiu como um componente essencial dos planos para uma transição integrada para energia limpa, de acordo com Caro.

“Se você tivesse me perguntado há oito ou nove anos, eu teria dito que a GD iria deslocar a transmissão ao longo do tempo”, afirmou Caro. “Percebemos agora que ela não vai deslocá-la, mas é um fator que ajuda a transmissão a se desenvolver ainda mais.”

“É muito importante para nós porque há muitas áreas dos países [onde a empresa atua] que ainda não têm serviços de eletricidade, e temos essa visão de que 100% dos países onde estamos presentes têm energia elétrica”, acrescentou.

Segundo o executivo a GD provavelmente terá destaque no plano de negócios 2025-40 da ISA InterColombia, que deverá ser publicado nas próximas semanas.

Caro acrescentou que a ISA InterColombia, cuja controladora ISA detém ativos de transmissão em toda a América Latina, espera que seu portfólio de projetos se multiplique nos próximos anos. Contudo, a expansão planejada enfrenta vários obstáculos possíveis, incluindo processos prolongados de licenciamento ambiental.

“O desafio é muito maior, sabendo que agora é mais complexo devido aos impactos sociais e ambientais que estão dificultando um pouco mais a transmissão. Hoje, um projeto que está sendo concluído em quatro, cinco e até seis anos, há 20 anos era feito em três. Agora é mais complexo, mas a necessidade de linhas de transmissão é cada vez mais urgente porque toda a energia eólica e solar que está em áreas de baixa demanda deve ser levada para as grandes cidades”, afirmou.

A entrevista completa com Caro pode ser acessada aqui e aqui.